Para nós, a filosofia é uma suspensão das verdades e formas prontas. É uma aposta radical em nossa inesgotável capacidade de (re)começar: a aprender, a amar, a nos relacionar com os outros e com nós mesmos.
O Jardim é um lugar para aventurar-se, em comunidade, no livre exercício do pensamento e da sensibilidade, a partir daquilo que desejamos, sentimos, indagamos, afirmamos e inventamos todos os dias.
Praticamos a filosofia enquanto modo de vida, em comunidade.
Impulsionamos e viabilizamos sonhos e projetos individuais e coletivos.
Produzimos e inventamos deslocamentos textuais e poéticos.
Cultivamos projetos e iniciativas em educação popular.
Ser amiga, ser amigo é agir em favor de. É atuar com base na ética da alegria, ser antídoto da solidão, ser a primeira a acreditar no amigo, antes mesmo dele acreditar em si mesmo. A filósofa, o filósofo se relacionam com o saber pela forma da amizade, sem jamais tornarem-se possuidores dele.
Estar encantado é encontrar-se atento, lúcido e vivo. Enquanto o desencanto é a perda de vitalidade, o encanto é o amor por tudo que habita o cosmos. O encantamento convoca a poesia enquanto modo de vida, encontrando linhas de fuga e de resistência para a colonização da nossa sensibilidade.
O gesto filosófico por excelência, para nós, é a abertura ao desconhecido. Ao outro e aos seus segredos. Ao outro e aos mundos que desdobra em seus dizeres, em seus olhares, em seus gestos.
Levamos a sério as palavras de Paulo Freire: “é preciso reduzir a distância entre o que se diz e o que se faz". Viver a filosofia é mais importante do que (d)escrevê-la. Não é só a cabeça que filosofa, mas o corpo todo.
Filosofar, para nós, não tem sentido sem uma dose de audácia - sem o riscar de outro fósforo, sem um novo lançar dos dados, sem cutucar o Destino com vara curta.
Tarik Fraig é educador e escritor. Trabalha com projetos de aprendizagem de filosofia com jovens e adultos na escola pública e em ambientes informais. É autor do livro Ver por si mesmo – seis lições sobre a educação da sensibilidade, fundamentando sua prática educativa num paradigma ético e estético.
Isadora Martins atua como educadora e jardineira de comunidades de aprendizagem autodirigida. Coordena o projeto CEEB – Centro Educacional Eurípedes Barsanulfo, uma escola integral filantrópica voltada para a população em vulnerabilidade social no Maranhão.
